segunda-feira, 26 de abril de 2010

Guia teórico do alfabetizador . (Miriam Lemle)

Miriam Lemle é professora de linguística da universidade Federal do Rio de Janeiro e em seu livro guia teórico do alfabetizador ela traça dentre outras coisas as capacidades necessárias para a alfabetização. Segundo ela a primeira coisa que a criança deve entender é a idéia de simbólo, pois quando ela não consegue compreender o que é uma relação simbólica entre dois objetos ela não consegue aprender a ler e para esta criança se apropriar deste saber o educador pode trazer para a escola exemplos de simbólos como : escudos de países, sinais de trânsito, gestos da língua de sinais, manuais de surdos-mudos, simbólos religiosos e etc.
A segunda coisa que a criança deve saber é discriminar as formas das letras e isto pode ser trabalhado em sala através de exércicios de desenho de pequenas formas: círculos, traços, cruzes, quadrados, ângulos, curvas e etc.
O terceiro é a discriminação dos sons da fala que pode ser trabalhado apartir de listas de palavras que começam com o mesmo som, de palavras que rimam, rimas perfeitas e rimas imperfeitas, de canções que apresentam repetições de sílabas e até mesmo imitar sotaques.
O quarto é a consciência da unidade da palavra. Assim, dizer o nome dos objetos que estão à vista, aprender palavras novas como: partes do corpo, termos de parentesco, profissões, bichos, plantas, frutas etc. pode ajudar bastante, assim como localizar a mesma palavra colocada em duas posicões diferentes, em duas sentenças diferentes e até mesmo contar palavras.
O quinto é a organização da página escrita, brincar de ler, colocar pequenos textos na pedra, memorizá-las e recitá-las, apontando para as palavras correspondentes à medida que a recitação vai prosseguindo também pode trazer muitos benefícios. os textos podem ser escritos pelos próprios alunos ou podem ser escolhidos textos familiares na cultura local como provérbios, ditados, refrãos, tudo isto fará com que a leitura seja sentida como algo normal da vida da criança.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Cara, eu botei lá a parada você não está me prejudicando, você está me ajudando, bota lá, baixa a parada."

O texto de BNegão é muito descontraido, muito interessante e informal, ele conta toda a sua trajetória como músico no inicio de carreira, sem gravadora toda a base de duvulgação do seu trabalho foi através da internet.
BNegão desmistifica através do seu texto a questão da pirataria, deixando claro que a "ilegalidade" da pirataria é um discurso da gravadora introjetado nas pessoas, sendo que, este discurso ideológico que é baseado em interesses mercadológicos apenas cria um sentimento de desconforto em algumas pessoas que pensam que se fizerem cópia de alguma obra estão cometendo crime, porém a cultura é um patrimônio da humanidade e precisa ser acessível a todos. É preciso haver incentivo a esta cultura, se estas obras fossem vendidas a preços populacionais todos sairiam ganhando e as pessoas não precisariam fazer cópias. Assim, este discurso das gravadoras precisa ser engavetado porque os direitos autorais e o incentivo a cultura não podem caminhar em sentidos opostos.

Cultura e natureza: o que o software tem a ver com os transgênicos? Marijane Vieira Lisboa.

Marijane traça um paralelo muito interessante entre agricultura e softwares porque, segundo ela, em ambos o adjetivo livre significa a mesma coisa, ou seja, não é de hoje que o capitalismo tenta se apropriar das práticas agricolas assim como já foi feito com os softwares proprietários, que não deixade ser conhecimento produzido coletivamente que passa a ser utilizado em proveito de umas poucas empresas, com prejuizos para o conjunto da sociedade.
Assim, Marijane defende através do seu texto uma cultura livre de transgênicos e livre de software proprietário. Pois, tanto em um quanto em outro há caracteristicas muito fortes do neoliberalismo, que tenta se apropriar de tudo aquilo que até recentemente era considerado como bem público. Privatizando, criando patentes e transformando conhecimentos em mercadoria.
Marijane ratifica que esta mercantilização do conhecimento járepercute também no ambiente acadêmico, pois presos a contratos de sigilo com os grandes laboratórios e empresas os cientistas já não podem mais partilhar os resultados das suas pesquisas, seus colegas já não são mais colegas e sim concorrentes.
Diante desta mercantilização e de toda esta busca incessante pelo lucro algo muito impostante é deixado de lado, que é a questão da segurança, o principio da precaução, a ética da responsabilidade que Marijane enfatiza bastante em seu texto. Até porque os riscos que os transgênicos podem acarretar a longo prazo a biodiversiade agricola, a segurança alimentar e aos ecossistemas podem ser incomensuráveis, então os transgênicos devem ser testados de formamais responsável e por um periodo mais longo para que a sociedade não sofra mais tarde as consequências de tais excessos da politica neoliberal.